quinta-feira, 26 de julho de 2018

Outro dia quis me atirar de súbito, pedalando a 20km/h quis me jogar na frente de um caminhão e encerrar tudo ali, assim, sem pensar muito, que quando pensei não fiz. Aumentei a velocidade da bicicleta, fui entrando pra pista e olhando sobre o ombro se o carro vinha. Acordei.
Acordei e senti meu corpo inerte ali na cama, a força de vontade de ter me jogado e a realidade de estar dormindo, senti pena de mim mesma de ter que levantar, nada faz sentido, queria dormir até mais tarde, porque mesmo temos compromissos? A bicicleta hoje furou o primeiro pneu.

domingo, 18 de março de 2018

Putta na internet!

Putta foi um projeto um pouco arriscado para os festivais, lançado com 28 minutos, tempo acima da maioria aceita pelos festivais de curta-metragem. Ainda assim foi um sucesso! Com distribuição concentrada na América Latina, o filme passou por 13 países, mais de 50 festivais, mostras e cineclubes.Recebeu Menção Honrosa no Festival Cinecipó em Belo Horizonte e prêmio de Melhor Documentário no 12 Months Film Festival, na Romênia.


Agora é hora de se tornar livre! O documentário, agora é cadastrado no IMDb (Internet Movie Database), e na rede social de cinéfilos, Filmow. foi liberado no Libreflix e no Youtube, para visualização online e em torrent, para baixar com qualidde e legendas.

Desde que liberado, há seis dias, o torrent já foi baixado por mais de 100 usuários, para acessar o link torrent do filme em alta qualidade, com legendas espanhol e inglês:

Para assistir online: 





quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Doc: Putta (Lílian de Alcântara, 2016)

Putta acompaña el relato íntimo de tres mujeres de la triple frontera situada entre Brasil, Argentina, Paraguay. Las tres viven en Foz do Iguaçu (Brasil) y trabajan en el ambiente de la prostitución. El film travesa las complejidades de la vida personal de esas trés prostitutas, que trabajan en la calle, o en casas de prostitución, la transexualidad, la família y la maternidad en esos contextos.



Año: 2016
Duración: 28min
Local: Foz do Iguazú (Paraná, Brasil)
Dir: Lílian de Alcântara
Foto: AtilonLuiz Todeschini
Sonido: Adri OnaTitilio Gazola
Arte: Cami Ele
Producción: Camila Vital, Adolfo Delvalle
Apoyo: Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)
Fanpage: https://www.facebook.com/puttadoc/


terça-feira, 21 de março de 2017

Reportagem

Já pensou no significado que as palavras carregam?

Elas transformam uma ideia, um conceito, enfim, um abstrato em realidade. A palavra dá o poder de visualizar algo que antes não podia ser concebido. Em uma pesquisa um pouco mais aprofundada na internet, achamos diversos registros e teses embasadas de como as palavras impactam a formação do indivíduo. Um delas, foi elaborada pelo estudioso russo Lev Vygostky, relatando que quando uma criança se dá conta de que tudo possui um nome, cada objeto novo passa a ser reconhecido e e “taggeado”, levando consigo aquela etiqueta. Na falta de vocabulário, ela recorre a um adulto para se esclarecer.

E o que isso tem a ver com o assunto da matéria?

Durante a infância e adolescência, se uma mulher cresce com uma palavra constantemente atribuída a ela, este conceito é internalizado. Pode-se acreditar que é uma representação daquela palavra: Alta, magra, linda, puta, sapeca, vadia, namoradeira… Você escolhe.

Em um dos vídeos mais famosos da youtuber JoutJout, ela fala sobre relacionamentos abusivos. “Ele (o parceiro) já esfregou um guardanapo na sua cara para você tirar o batom que te deixa com cara de puta? Relacionamento abusivo”. O que mostra que, mesmo – e especialmente – depois de adultas, as mulheres continuam sendo bombardeadas com conceitos externos atribuídos a elas.


“Fulano me chamou de puta. Será que eu sou puta mesmo? Vai ver eu tenho cara de puta…” E o que seria isso? JoutJout fez essa pergunta a Jô Soares em uma entrevista. O apresentador perguntou se a amiga dela, que inspirou o vídeo, tinha a tal “cara de puta”? E o que é isso senão um conceito machista da aparência que se julga ter uma mulher que transa mais que as outras? Ou que transa por dinheiro, ou que transa mais do que se espera dela?

ressignificação das palavras é definida como um método neurolinguístico para atribuir novos significados a acontecimentos e palavras através da mudança da visão de mundo do indivíduo. Então, e se tudo bem ser puta? E se a palavra puta carregar um novo significado para as mulheres? Talvez queira dizer que uma mulher é segura de si e de sua sexualidade. Ou então que ela é independente, forte, poderosa. Pode ser um elogio, pode ser um novo adjetivo! Quem escolhe o que puta é, e que putas seremos, somos nós, mulheres.


Lílian de Alcântara é diretora do documentário Putta, que está dis-putando (com o perdão do trocadilho) prêmios em festivais por todo o mundo, ganhou um até na Romênia. “Eu gosto muito da palavra ‘puta’, saber que nas línguas latinas a palavra que designa a mulher do trabalho sexual é a mesma utilizada para “menina” me faz pensar muito sobre o quanto dividimos as mulheres em putas e não-putas. E, no fim, estamos todas limitadas pelos mesmos estigmas. Então, pra mim, puta é, antes de tudo, uma mulher, uma menina, uma pessoa do sexo feminino. Muito depois, uma forma de trabalho”, comenta. E também diz acreditar que a ressignificação das palavras pode sim mudar a sociedade em que vivemos, sobretudo a longo prazo. “Percebo uma enorme importância de entender as palavras que usamos e fazer o uso delas que nos interessa”.


Fica aí o convite para uma puta reflexão e um convite para que neste, e em todos os outros carnavais, você seja a PUTA que quiser.

#putasim

LINK: http://luisareiff.com/p-u-t-a-precisamos-urgente-tratar-do-assunto-2/

sexta-feira, 29 de julho de 2016

Agenda de exibições do filme Putta

Documentário | 28 min | Estudantil | Brasil, Paraguay e Uruguay.



Putta acompanha o relato biográfico de três mulheres da fronteira Brasil, Paraguay e Argentina. As três vivem em Foz do Iguaçu (Brasil) e trabalham no ambiente da prostituição. O filme atravessa as complexidades da vida pessoal destas três prostitutas, que trabalham na rua ou em casas de prostituição, a transexualidade, a família e a maternidade nestes contextos.
Diva, uma doce mulher trans, nos leva a sua casa para recordar suas difíceis relações com a família que deixou para trás e a que quis formar. Xayenne, uma travesti, que sempre tenta dar a volta em suas memórias e não reviver seus sofrimentos. Pantera, dona de um bordel, vive há 40 anos em prostíbulos, no mesmo bairro, da mesma cidade, onde criou a seus filhos.

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Putta acompaña el relato íntimo de tres mujeres de la triple frontera situada entre Brasil, Argentina, Paraguay. Las tres viven en Foz do Iguaçu (Brasil) y trabajan en el ambiente de la prostitución. El film travesa las complejidades de la vida personal de esas trés prostitutas, que trabajan en la calle, o en casas de prostitución, la transexualidad, la família y la maternidad en esos contextos.
Diva, una dulce mujer trans nos lleva a su casa para recordar sus difíciles relaciones con la familia que dejó para atrás y la que quiso formar, Xayenne, una travesti, que siempre intenta pasar por alto sus memorias y no revivir sus sufrimientos y Pantera, dueña de un burdel, vive hace 40 años en prostíbulos, en el mismo barrio, de la misma ciudad, donde creció y crió a sus hijos.

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Putta (Whore) follows the story of three prostitutes of triple border Brazil, Argentina and Paraguay, three residents of Foz do Iguaçu. Through the complexities of street prostitution and brothels, transsexuality and motherhood in these contexts.

Ficha técnica:

Direção e Roteiro - Lílian de Alcântara
Assistentes de Direção - Camila Larroca e Camila Vital
Direção de Arte - Camila Larroca
Assistentes: Adolfo Delvalle e Camila Vital
Direção de Fotografia - Atilon Lima
Câmeras - Atilon Lima e Luiz Todeschini
Iluminação - Atilon Lima
Direção de Som - Adri Ona
Microfonistas - Adri Ona e Atilio Gazola
Edição - Adri Ona
Direção de Produção - Camila Larroca
Produção executiva - Lílian de Alcântara
Produção de Platô - Camila Vital
Produtor de Elenco - Adolfo Delvalle
Produção de Objetos - Adolfo Delvalle e Camila Larroca
Boy de set/alimentação - Adolfo Delvalle

Pesquisa - Adri Ona, Camila Larroca e Lílian de Alcântara.
Orientação: Vírginia Flores e Pablo Piedras.
Designer Gráfico - Gabriel Martins e Adri Ona.
Entrevistas: Lílian de Alcântara.
Entrevistadas: Diva Santos, Pantera e Xayenne Prado.
Produtora: Las Viralatas (colectivo independiente de cine).
Apoio: UNILA - Universidade Federal da Integração Latino-Americana.
Financiamento coletivo através da plataforma Benfeitoria.


Próximas Exibições

atualizado dia 19 de setembro de 2016




25 de setembro - Cineclub Sandwich - Puebla, México

7 de outubro - Cine Cipó - Sesc Palladium, Belo Horizonte, MG.

Abril de 2017 - Months Film Festival - Romênia*

* datas estipuladas, ainda não divulgadas oficialmente


Exibições Passadas

11 e 12 de dezembro de 2015 - Exibição do Primeiro Corte, Unila Centro e Moradia da Unila - Foz do Iguaçu

13 de fevereiro de 2016 - Exibição (corte final) no Cinecable: Muestra de Cine Al Aire Libre - Encarnación, Paraguay

21 de fevereiro de 2016 - Mostra Cinecable - Encarnación, Paraguay.

26 de fevereiro de 2016 - Mostra Fronteiras - Mogi Guaçu, SP.

8 de março de 2016 - Festival Diversas - Belo Horizonte, MG

23 de março de 2016 - Quinzena do Audiovisual Caratinguense - Caratinga, MG

27 de março de 2016 - Sarau de Antropologia - Foz do Iguaçu, PR

30 de abril de 2016 - Festa no Jardim - Niterói, RJ

23 de maio de 2016 - Festival de Cine de Derechos Humanos CINE OTRO - Valparaíso, Chile

31 de maio a 2 de junho - Festival Cinespacio  - Cali, Colômbia

1 de junho - PET Conexão dos Saberes - Foz do Iguaçu - PR

30 de junho (19h) - MIS Campinas - Modive-se - Campinas - SP

7 de julho (22h) - Arroios Film Festival - Auditório Camões, Lisboa, Portugal

8 de julho - 17h - Rio Festival de Gênero e Sexualidade no Cinema - Instituto Cervantes, Rio de Janeiro - RJ

8 de julho - 20h - CineTranse - Mostra fronteiriça de cinema independente - Esquina Cultural, Foz do Iguaçu - PR

17 de julho - 17h - Rio Festival de Gênero e Sexualidade no Cinema - Instituto Cervantes, Rio de Janeiro - RJ

20 de julho, 19h, MIS Campinas, Debate: Prostituição, feminismo e marxismo. Campinas, SP.

26 de julho, 15h30, I Mostra Jovens.mov, Centro Cultural de Justiça Federal. Rio de Janeiro, RJ.

28 de julho - 20h - Mostra de Cinema Caratinga - Bar Drink, Night, Caratinga, MG

28 de julho, 18h, DaVárzea das Artes, Manaus, AM.

29 de julho, 10h, La Otra Banqueta Festival de Cine Por La Diversidad - Centro Universitario Metropolitano CUM, Cidade da Guatemala, Guatemala

30 de julho, 20h, Casa de Chico, Manaus, AM.

30 de julho, 19h, La Otra Banqueta Festival de Cine Por La Diversidad, Centro Cultural de Escuintla - Escuintla, Guatemala.

11 de agosto, 19h, Tempo Glauber, Cineclube Delas - Rio de Janeiro, RJ.

11 de agosto - Festival Internacional de Escuelas de Cine - Montevideo, Uruguay.

26 de agosto, Curta O Gênero - Fortaleza Ceará

27 de agosto - Mostra Ela Na Tela + Curta Bike - Porto Alegre, RS.

8 de setembro - Invicines - Córdoba, Argentina.

15 de setembro - Festival do Filme Etnográfico do Recife - Recife, PE.

15 a 18 de setembro - Festival de Cortometrajes Rodando En Bicicleta - Amalfi, Colombia.

Prêmios

- Documentary of the Month (Maio 2016) - 12 Months Film Festival  - Romênia
- Estamos concorrendo à votação do público até Abril de 2017, para votar basta entrar neste link e clicar nas estrelinhas: http://12mff.com/movie/putta



O filme não estará disponível online até o término dos festivais que venha a participar.


quinta-feira, 28 de julho de 2016

Reportagem das exibições em Manaus

Saiu reportagem sobre a estréia do curta-metragem Putta que será exibido em duas sessões em Manaus. A matéria é do Cineset, página especializada em "Cinema no Amazonas". Confiram aqui: http://www.cineset.com.br/documentario-putta-ganha-exibicao-em-espacos-culturais-de-manaus/



terça-feira, 26 de julho de 2016

Entrevista para o site Dois Terços

O site "Dois terços", que discute questões LGBT, publicou uma reportagem bem completa sobre a produção do curta Putta. Entrevista de Adriane Primo.

http://www.doistercos.com.br/uma-conversa-sobre-putta-o-documentario/

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Livro: “Prostituição, tráfico e exploração sexual de crianças: diálogo multidisciplinar”

Hoje compartilhamos um livro lançado em 2016, que entre outros temas aborda a prostituição e outros assuntos que tangem o mundo da prostituição, como o tráfico de mulheres.
O Núcleo de Estudos Luso-Brasileiro se orgulha de vos apresentar esta obra, que é fruto de seleção pública de artigos sobre os seguintes temas: Prostituição, Tráfico de Pessoas e Exploração Sexual de Crianças. Sendo uma obra coletiva possui na coordenação a Professora Doutora Mônica Prates Conrado e como organizadores a Professora Caroline Costa Bernardo, a Professora Ruth Santos e o Professor Matheus Passos.

Agradecemos, por essa via, a todos aqueles e aquelas que tiveram interesse em partilhar conosco suas produções acadêmicas, tornando esse livro um excelente meio de impulsão do debate científico. Com satisfação que o disponibilizamos para download gratuito, tendo a certeza que o acesso à educação e às produções acadêmicas devem ser de acesso de todos.

Buscamos com essa iniciativa abrir um espaço para o debate de assuntos que não estão em destaque no cenário jurídico e que de algum modo acabam por reverberar os medos, preconceitos e incertezas científicas. Por isso, por meio edital público, o NELB convocou alunos e professores para partilharem os resultados de suas pesquisas em um livro digital intitulado “Prostituição, tráfico e exploração sexual de crianças: diálogo multidisciplinar”, publicado em parceria com a Editora Vestnik.

Os assuntos inseridos neste livro são correlatos em diversos aspectos e confundidos em muitos, esse motivo para escolha desta publicação. Tendo a prostituição como centro, mas encarando que o tráfico e a exploração sexual de crianças fazem parte deste cenário. Nos deparamos com a difícil tarefa do poder púbico em diferenciar a migração para fins de prostituição internacional, do aliciamento de pessoas para trabalho sexual, ou não, por meio de violência para a exploração do seu trabalho.

Além disso, discutir a exploração sexual de crianças, vale denotar não existe o termo prostituição infantil, as crianças não tem capacidade jurídica para escolherem livremente se prostituir, e quando a doutrina intitula a exploração sexual de crianças como prostituição infantil, nada mais quer do que marginalizar a prostituição e incutir a ela a culpa pela exploração infantil.

Esses conceitos são fundamentais para compreensão dos temas que trataremos nesses livros, todos os títulos selecionados, respeitam os direitos fundamentais.

Vale ressaltar a participação de autores das mais variadas áreas do conhecimento, construindo conjuntamente um estudo multidisciplinar, com o objetivo de discutir as várias óticas de análise dos temas desta publicação, engrandecendo nossa obra de forma única. É com essa visão que lhe fazemos o convite para leitura.

Link para ler o livro online e baixar: https://pensarpoliticamente.files.wordpress.com/2016/03/trafico-mulheres.pdf

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

A militância contemporânea das prostitutas brasileiras

Prostituição é um assunto que sempre envolve vários outros assuntos como a escravidão sexual de mulheres, os feminismos, o sanitarismo, gêneros, sexualidade, exploração de menores, e uma lista infinita de crimes e medidas governamentais que tangem a prostituição. Dando tantas voltas no assunto nunca se chega a concluir se a prostituição parte de um empoderamento ou uma exploração do corpo feminino, se é uma profissão saudável socialmente.


Na sociedade brasileira atual muitas prostitutas resolveram assumir, e muitas vezes utilizando da internet, suas profissões, explicar suas escolhas, narrar suas vidas, decisões e defendem que é um trabalho como qualquer outro, sob todo tipo de ataque. Indianara Siqueira, é uma transexual que representa muito bem o movimento contemporâneo, a prostituição, a transexualidade, o corpo e a reformulação da sociedade altamente machista em que vivemos.

Hoje fazemos questão de publicar aqui uma entrevista interessantíssima, abaixo fica um trecho, leiam na íntegra em: http://www.nlucon.com/2016/02/destruir-e-nao-me-inserir-diz.html

Durante o seu debate no SSex Bbox, você disse que não quer se inserir nesta sociedade. Ao contrário, quer destruí-la. Explica?

Como a nossa sociedade ocidental, religiosa e etc é fundamentada? É pela mentira. Ou então por apenas uma ótica, machista e patriarcal. Todos os livros que as pessoas aprendem nas escolas e nas universidades são de autores homens, arrasadoramente homens, brancos, classe médica, tido como filósofos e pensadores, mas sempre de uma ótica patriarcal e machista. Raramente vemos autoras mulheres, pessoas negras então não há nada, então as vivências de outras pessoas são anuladas e apagadas. Isso é justo? Não é. Por exemplo: prostitutas são contadas como feministas, mulheres à frente do seu tempo, sendo que na verdade elas eram prostitutas. As mulheres que levaram a Revolução Francesa pra frente, a história de Catarina a Grande não são contadas... E todas as mulheres que são contadas nestas histórias, no final ela sempre precisa de um homem para dar a ela ao valor que ela merece. 

É só ver os filmes românticos, seriados: As mulheres começam todas empoderadas, fumando maconha e tal, mas no final elas sempre precisam daquele homem salvador da pátria. Engravidam, aquele filho tem o nome do pai, que assumiu a criança e é reproduzido aquele modelo de sempre. E, para mim, fodeu a história que estava sendo excelente até (risos). Nos seriados, quando vão introduzir o tema do aborto, uma menina diz que está querendo abortar e daí vem o menino e diz “Não, não aborte, vou assumir o nosso filho”. Não podia mostrar simplesmente ela decidindo: “Vou assumir e pronto” ou então “Não quero ter”. Então, eu falo que quero destruir por causa exatamente disso: para que outras histórias de outras pessoas sejam contadas. É dizer nas escolas que “Dom Pedro I proclamou realmente a Independência do Brasil, porque nesta época os homens é que tinham esse poder. Mas quem assinou realmente a Independência foi Maria Leopoldina, a imperatriz do Brasil, que naquela época era regente do reino, pois nesta época ele estava lá nas margens do Ipiranga”. É contar outra história de Rapunzel para empoderar as mulheres.